segunda-feira, 28 de junho de 2010

COISAS DE QUANDO EU ERA CRIANÇA.


Nunca vou me esquecer das lições e aprendizados que meus pais me passaram. Em casa sempre respeitamos muito o pai e a mãe. Mas sabíamos que a mãe era muito mais brava que o pai. Meu pai era dengo puro, homem carinhoso, chegava em casa e ia logo colocando agente no colinho gostoso dele, brincava, assistia desenho junto, fazia até minha lição de casa, para podermos passar mais tempo juntos. Quando adoecíamos era o colo e os cuidados dele que buscávamos. Minha mãe, sempre foi mais durona, passava o dia todo cuidando de nós e da casa, mas sempre demonstrou seu amor pela família através das comidas e cuidados que tinha e ainda tem sobre e para nós.

Me lembro como se fosse hoje, eu tinha por volta de 6 ou 7 anos, e meu pai dizia: filha quando alguém perguntar como se fala e escreve ABELHA você diz com B...B de BEIA. E assim foi, ironia do destino ou não, na escola cada aluno tinha que falar uma palavra com a letra que a professora dava, e para mim a letra foi B, sem nem titubear e em alto e bom som eu disse BEIA professora, ela pediu que eu repetisse e eu mais alto ainda disse B-E-I-A. Ela me corrigiu e eu pedi a ela que fosse então falar com meu pai, pois ele havia me ensinado assim.

Não teve dúvida, meus pais foram chamados nos colégio, meu comportamento nunca foi dos melhores, eu sempre fui questionadora, fazia as lições da classe correndo para ficar conversando, atormentava a vida das professoras e dos colegas. Na reunião da diretora com meus pais, minha mãe quase não falou, mas meu pai levou uma lavada da diretora, ele tenho certeza que nem ligou, pois sabia o quanto era ótimo pai. Outro questionamento da diretora foi sobre meus cadernos de lição de casa, todos eram impecáveis e os da classe era quase um lixo, nessa hora minha mãe abriu o bocão e foi logo dizendo, Sra. fulana de tal, quem faz o dever de casa da Cristina é o pai dela, ela não faz nada, fica brincando. Meu pai se defendeu, ou melhor, nos defendeu dizendo que lição já bastava as da classe, que eu era muito criança e precisava de tempo para brincar. A diretora até tentou argumentar, mas não conseguiu muita coisa.

O fato de o meu pai ter sido assim comigo, não fez uma adulta mais ou menos responsável. Sempre fui boa aluna, com boas notas e durante todos os meus anos acadêmicos e até hoje sei o quanto e quero estudar.

Só quem conheceu meu pai será capaz de entender essa história, mas para aqueles que não tiveram essa oportunidade, tentem sentir nesse texto o maior amor do mundo entre duas pessoas. Assim éramos nós. Amor puro e incondicional.

5 comentários:

  1. Ok Bebel, Beia!!!
    www.coisasaleatoriasdaminhacabeca.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. lindoooooo esse texto, já disse e repito: para aquela menininha que escrevia "b de beia" vc se tornou uma mulher surpreendente!!!! Com toda certeza do mundo o carinho do tio Valter só contribuiu para isso...
    Bjo te amo!

    ResponderExcluir
  3. Ale, obrigada pelas palavras e pelo carinho, tudo o que sou hoje devo a cada um de vocês que contribuiu e esteve presente na minha educação.

    ResponderExcluir
  4. Amiga, eu tinha a mesma relação com meu pai e por isso me emocionei com seu texto, parece q vc estava escrevendo sobre a MINHA infância...Quanta falta ele me faz !Bjs

    ResponderExcluir
  5. É amigas, eles nos fazem mta falta, mas já cumpriram seu destino, e principalmente nos deixaram formadas, nos ensinaram que ética, educação, honestidade, bondade, não são caracteristicas, mas sim obrigação na vida.
    bjo

    ResponderExcluir