terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DA SOLEIRA DA PORTA EU PROCURO

Procuro me encontrar, procuro por pessoas que agreguem a minha vida, procuro por procurar, procuro olhar tudo com outros olhos.
Às vezes vejo a vida da soleira da porta. Sim, da soleira da porta.
Por vezes estou sozinha sentada na soleira, em alguns momentos uma musica suave me acompanha, às vezes algum desavisado chega, senta e tenta me encontrar e se encontrar. Da soleira da porta eu especulo a minha vida, vejo as pessoas sob o meu prisma, procuro por respostas e soluções que nunca chegam. Da soleira da porta eu já senti e vivi grandes emoções. Já tomei decisões, errei, me levantei, me alimentei e lá voltei.
Sentada lá vejo o que faz uma pessoa feliz, sinto o cheiro das rosas e das flores que um dia conheci, me recordo da infância que tive, sinto a saudade perto e projeto a vida que terei.
Ao meu lado, às vezes ninguém, às vezes o mundo e raramente alguém.
Procuro da soleira da porta não ver o que não quero, o que não gosto e o que me faz mal. Quando não percebo deixo que a sujeira que o vento leva entre em meus olhos, suje o meu coração e turve a minha visão. Não faz mal. Da soleira da porta eu consigo limpar, passo um esfregão e tudo se torna limpo, claro e luz novamente.
Quem sente a vida é capaz de fazer assim, sentar na soleira da porta, viver e apreciar os bons momentos. Procurar pela paz e encontrar o amor. Procurar pela saudade e encontrar a forma mais fácil de dizer, estou aqui.
Da soleira da porta sou como guardiã da minha existência.
Na soleira da minha porta senta quem eu deixo, fica quem merece e vai junto com o vento e a poeira o que não pertence ao meu mundo.
Experimente sentar na soleira da sua porta, abra espaço para experimentar a melhor sensação do mundo, de ser dono do seu querer, do seu pensar e do seu sentir.
Tente, Procure!

Cristina Zafred Zanaga

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