segunda-feira, 25 de outubro de 2010

SOU OBSERVADORA

Se tem algo que me deixa for à do ar é quando estou em algum lugar publico e fico observando o comportamento humano. Se estou sozinha “viajo” nas atitudes que as pessoas têm, nas reações, nos olhares, na maneira como caminham, conversam, etc. Se estou na companhia de outra pessoa me policio, para não deixar o outro sozinho.
Sábado, enquanto caminhava sozinha no Parque do Ibirapuera observava a maneira como as pessoas se comportavam, como corriam, a maneira de caminhar, se estavam sozinhas ou acompanhadas, se ouviam musica, observava as roupas, as faces. Alguns pareciam cansados, outros satisfeitos, outro tanto de gente parecia superar metas, amigas conversavam, namorados se apaixonavam, esportistas mantinham a boa forma, cachorros se cheiravam, enfim um mundo de acontecimentos em um único lugar.
Teve uma cena que ficou marcada na minha mente e que passei pelo menos uma hora pensado. Perto de um carrinho que vendia água de coco e guloseimas, estava uma senhora que aparentava ter uns 80 e tantos anos, sua acompanhante e um pirulito. A senhora estava sob uma cadeira de rodas. E o que me chamou atenção na cena não foi o fato da idade e nem do meio de locomoção que ela usava e sim sua face feliz apreciando um simples doce de criança – um pirulito de cor verde. No rosto ele trazia as marcas da idade, da experiência vivida, as pernas que um dia foi ágil hoje repousam sob a cadeira. Mas algo nela parecia puro e verdadeiro. A maneira como ela “degustava” o doce, parecia uma criança, passava a língua pelo doce e olhava firmemente, as mãos pareciam meladas pelo doce que escorria, uma lambança. A cena era simples e tenho certeza que chamou a atenção de poucos. Mas como sou uma observadora do comportamento humano, fiz várias voltas no parque pensando em quem seria aquela senhora, que história de vida ela trazia o que ou quem trouxe ela até o parque para passear e saborear um simples doce? A resposta é lógico que não tenho. Sou uma observadora e não parei em momento algum para saciar minha sede de respostas, afinal gosto mesmo é de observar.
Mas de tudo o que vi no último sábado, de todos os cheiros que senti, de todas as faces que gravei com certeza a aquela senhora me marcou, deixou em mim a marca de o quanto nossa vida é efêmera e simples ao mesmo tempo.
Por que passamos tanto tempo, por que perdemos grandes oportunidades de ser e fazer feliz para nos preocupar com o que os outros vão pensar e dizer ao nosso respeito.
Mais uma vez abro os braços para a vida, para que somente a paz e o amor estejam presentes e deixo de me preocupar com o que vão dizer ou falar.

2 comentários:

  1. Que lindo o post!!! Gosto quando está inspirada...
    Realmente este layout ficou mara!!!!

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  2. Adorei sua história amiga ...

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